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“Hoje não é um dia bom,
mas hoje preciso me levantar, vestir uma boa roupa e me preparar para fazer o
dia todo o que eu menos queria fazer, falar com pessoas. Hoje ainda é quarta-feira,
hoje tem expediente, hoje foi um péssimo dia pra tristeza bater ponto aqui
dentro do peito.
Em meio aos meus
lençóis, me questiono a probabilidade de uma falta injustificada, afinal, o que
eu diria ao meu chefe? “Senhor, me perdoe, mas hoje fui pega por um declínio emocional
que me abate mais que gripe beirando pneumonia”. Não posso ficar mais um pouco –
ou o dia todo – reunindo forças no único lugar que eu queria estar, afinal, não
existe atestado de dor emocional que se possa apresentar no departamento
pessoal.
Eu levanto, estou
atrasada meia-hora, visto a calça jeans de ontem e a primeira blusa decente que
apareceu na frente e faltando três minutos pra sair de casa, ainda me questiono
se eu simplesmente posso não ir. Não posso. Chego no trabalho tentando
fantasiar meu rosto com um sorriso, para dar um bom dia decente às pessoas,
porque desejo que o delas seja realmente melhor que o meu. Não consigo me
distrair trabalhando, porque quando não estou bem, não consigo fazer direito
nada que eu gosto.
O que me resta é fingir
que vivo este dia, até chegar o momento que eu mais espero. Hoje eu acordei com
vontade de dormir, levantei com vontade de ficar e o meu dia todo vai se
resumir na hora em eu puder vestir meu pijama novamente e voltar pro lugar de
onde eu só queria ter saído quando a chuva já tivesse passado. Mas enquanto
isso não acontece, teremos que manter a postura, todos nós.”
O texto me pegou em um dia muito parecido, mas meu declínio emocional não foi tão pesado, afinal arranjei tempo de burlar o trabalho e ler posts hahah Hoje mesmo pensei "Que saudade de quando apenas estudava e podia faltar por qualquer coisa". Beijão
ResponderExcluirQuero ser Miranda