Pensamentos soltos - Parte I: autenticidade, plenitude e entrega

26/04/2024

O tempo escorreu feito água desde a última vez que escrevi algo aqui e percebi que em muitos momentos, ao invés de me trazer pra perto, eu me deixei ir pra longe. Não sei o quanto mudei, nem no que eu mudei. Acho que o caminho que devo seguir agora é tentar descobrir isso.


Parei de fazer as coisas que eu mais gostava, procrastinei, me deixei de lado; quebrei a cara várias vezes, com várias pessoas diferentes. Chegou um momento que comecei a me questionar qual a minha posição no mundo. No momento presente.

Numa das minhas conversas comigo mesma cheguei a conclusão que a autenticidade seria a solução.

De fato, não se reconhecer, não se sentir inteiro é a pior das dores. Porque quando você se tem, ainda que o mundo te dê as costas, ainda te resta você mesma.

E essa busca por nós mesmos é infinita, porque a gente tá sempre mudando e quando a gente para de se observar, a gente para de se conhecer, pois, não repara nas nossas mudanças. Encontrei a minha primeira resposta.

Eu tive novamente uma perda. Uma perda amorosa. Eu já pedi muito pra Deus para ser uma pessoa menos emocional, mas eu reconheço que a minha sensibilidade é uma característica que me torna quem eu sou. Sem ela eu não escreveria sobre sentimentos, eu não viveria. Meus sentimentos até me roubam, mas também me devolvem. Eu que busque o equilíbrio!

Depois dessa última perda, senti de novo como se tivesse perdido tudo. Tudo fez menos sentido. Só que dessa vez, logo eu entendi que o sentido da minha vida sou eu que dou. A minha vida só tem que fazer sentido pra mim, os outros são só visitantes. Alguns permanecem.

O bom da autenticidade aí é ter força pra acolhe-los e tranquilidade quando tiver que deixá-los ir - assim como com todas as outras adversidades. Dormir e acordar bem. Viver o dia com a devida importância e gosto. Foi então que eu descobri que a segunda parte da minha solução tinha a ver com plenitude.

Entendi que a autenticidade é o caminho e a partida, e que a plenitude é a linha de chegada. Não sei quanto ao tempo, mas de hoje em diante, estou comprometida comigo mesma.

Tudo isso me leva a  falar sobre entregas. Aquilo que a gente dá ao outro nas nossas relações interpessoais.
Cheguei a conclusão de que muito da nossa autenticidade e plenitude está nas nossas entregas - reações - e nas escolhas delas. Não depende somente do que sentimos, mas do que é mais prudente.

Existem situações que te exigem uma resposta, nisso você pode ou se desgastar ou seguir sem pesos. Precisamos ser seletivos e escolher bem onde vamos depositar um pouco da nossa energia, porque entregas desnecessárias desperdiçam um pouco de você, que poderia ser aproveitado de uma forma boa, te fazendo presente em uma situação interessante. Seja sensato. Escolha suas batalhas. Pense bem sobre o que você vai entregar ao outro e entregar a si mesmo. 
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