Conhecendo São Paulo

17/11/2024

 Há quase 1 ano eu fui a São Paulo. E agora que eu estou prestes a revisitar essa cidade incrível, eu quero contar pra vocês o resumo da grande aventura que foi conhecer a maior cidade do Brasil e viajar sozinha pela primeira vez!

Sim, você leu certo. Fui conhecer São Paulo e fui sozinha!

No começo de 2023 comprei um ingresso pra ver o show do RBD. O que eu achava que era uma viagem rápida pra ver a minha banda favorita, acabou se tornando uma super viagem onde eu vivi intensamente 5 dias totalmente fora da minha zona de conforto.

Saí de Belém no dia 13 de novembro num voo com escala através da Azul, fazendo uma parada rápida em BH. Já lá no aeroporto eu tava cheia de fome, então não pensei duas vezes em procurar aquilo que mais conforta meu coração, que é um bom café. Foi aí que eu queimei a largada, meus amigos e provei Starbucks pela primeira vez. Mas tava muito calor, então eu pedi um ice coffee mesmo.

Cheguei em SP por volta das 15h e meu amigo Rafa tava me esperando no aeroporto para me ajudar a me localizar. E, nossa, ainda bem que ele me ajudou!

Minha primeira missão era aprender a pegar o metrô. De lá do aeroporto a gente já foi correndo pro air bnb que eu aluguei, que ficava em Vila Madalena. O Rafa foi comigo na estação, me explicou tudo e seguiu o destino dele. De lá eu segui sozinha pra minha primeira parada. Que foi a Liberdade, mais precisamente a We Coffee.
Gente, como eu adorei aquele lugar! Eu pedi mais um café gelado que eu amei muito, um sanduíche e um doce de abelhinha. Porém, de alguma forma perdi todas as fotos e vídeos desse dia :(

No primeiro dia eu me senti muito sozinha. Subitamente, no meio daquela multidão toda eu senti uma coisa muito estranha, que parecia "claustrofobia", só que era por estar num espaço grande demais. Dá pra entender?! Era tanta gente, um lugar tão grande. Eu senti um impactozinho nesse primeiro dia e como não tinha me alimentado muito bem, logo depois do meu café fiz um passeio rápido por algumas ruas e depois voltei antes de escurecer.
Chegando no air bnb, eu liguei pra minha mãe chorando porque tava me sentindo muito sozinha e mesmo morando só, eu não estou acostumada a me sentir assim hahahaha

Mas depois eu me recompus e prometi que faria por mim a melhor viagem de todas.
Foi nesse meio tempo que eu percebi que encarar a nós mesmos sem escolha de fuga é muito difícil.


No segundo dia meu destino era a Pinacoteca, o MASP e o Starbucks (oficialmente). Mas mudei um pouquinho a rota para ajudar uma amiga, a Vi, que me acompanhou no meu rolê. Eu amei conhecer o MASP, ver a obras, contemplar um pouquinho da história, passear pela Paulista e tomar mais um café. Mas São Paulo tava inesperadamente quente, então tomar cafés gelados era a pedida. Lá eu comprei meu copinho que eu queria trazer de lembrança. E a noite combinei com a Vitória de irmos ao Tokyo, um lugar que eu sempre quis conhecer e desde a primeira vez que eu vi no instagram, prometi pra mim mesma que iria lá!


Pra nossa grata surpresa, ganhamos entrada free com consumo mínimo porque a Vitória era aniversariante do mês. Conhecemos todos os andares, o famoso terraço, a gente se divertiu muito no karaokê e eu tomei os melhores drinks que eu já provei na vida! Tokyo, conte comigo na próxima.

De lá a gente foi ao Mc Mil, um bom mc donalds pra elas que não perdem o costume de comer no mc depois do rolê. Gente, isso era uma tradição pra mim. Todas as vezes que eu saía a noite, eu tinha que terminar no mc donalds. Eu não planejei isso, esse fazia parte do roteiro da Vi, mas eu adorei!

O dia seguinte foi um dia muito especial pra mim, foi o dia mais divertido que tive.
Eu visitei uma exposição inflável que tava rolando lá no Parque do Ibirapuera, que eu tinha visto pelo tiktok e não pensei duas vezes em colocar no meu roteiro.

Gente, surreal!

Eu fiquei três horaaas dentro do local, aproveitando cada espacinho e experiência imersiva. Eu e as crianças ali era a mesma coisa. E nesse dia foi um dia que eu me vi diferente. Porque eu tava ali sozinha e perdi totalmente a vergonha de tirar fotos, fazer os meus vídeos sozinha, falar com desconhecidos para pedir um clique... enfim, aquele medinho que eu senti no primeiro dia, eu já não sabia mais nem o que era.

De lá, eu fui para minha segunda parada do dia que era o Café Cherie.
Pode ser precoce dizer, mas eu acho que esse é o café mais fofo de São Paulo. Ele é aquele café famosinho, todo cor de rosa e me deu uma experiência muito mais legal do que eu esperava! Realmente fiquei muito encantada em estar ali e momento dá um quentinho no coração só de lembrar.


Depois do Café Cherie passei no mercado, comprei um vinho e a noite fui visitar a Nandara, minha amiga que mudou pra São Paulo recentemente, e eu já tava morrendo de saudade dela. A gente comeu hambúrguer, bebeu nosso bom vinho e fofocou um bocado!

Mas não demorei muito, porque no dia seguinte era o grande dia! Entre grandes dias que eu já tinha vivido.

Pela manhã eu acordei bem cedinho e fui à Catedral da Sé, agradecer e fazer uma oração. Gente, eu quase fui roubada lá dentro, vocês acreditam?! Mas deu tudo certo, tive o livramento e não aconteceu nada de mais.

De lá, eu dei um pulo na Liberdade mais uma vez, e nessa de pedir fotos pra desconhecidos, acabei conhecendo essa galera que também ia pro show naquele dia. Então a gente resolveu ir comer por ali mesmo. Sim, gente, eu tinha acabado de conhecer eles, fazia, 5 minutos e a gente já foi passear por lá e comer. Provei o famigerado hot-dog coreano, entrei numa piscina de bolinhas toda cor de rosa e enfim, adorei elessss!



E detalhe, tudo isso, em todos os rolês eu tava de metrô! Muito habituada já hahahahah

Fui pro air bnb, me arrumei e parti pro show por volta de umas duas e pouco da tarde. Eu fiquei 5 horas na fila, conversei com a galera que tava perto de mim e uma menina que tava do meu lado a gente se fez companhia, entramos juntas, mas depois a gente se perdeu. Acontece.

Curti tooodo meu show com todo meu amor e, gente, eu não sentia nada, nem sede nem fome, nem vontade de ir ao banheiro, às vezes nem emoção. Eu tava anestesiada total. Ou eu tava chorando ou eu tava paralisada hahahah. Eu só tinha esses dois moods nesse momento.


Assim que o RBD virou as costas, eu rapidamente saí também. Ainda dava tempo de pegar o metrô. Tinha muita gente indo pro mesmo lado, então eu me juntei com mais três meninas e fui junto, seguindo o fluxo. Chegando lá eu ajudei um casal a pegar o metrô pro destino deles que era em direção ao meu e descobri que eles também eram de Belém.

Cheguei em Vila Madalena pouco antes de meia-noite e deu tudo certoooo. Foi incrível! Eu fui dormir sem acreditar que isso tava acontecendo.

Fato curioso: nesse rolê eu fui de ônibus e voltei de metrô. Eu fiquei chocada com quanto eu consegui economizar sendo corajosa.

No dia seguinte era o meu dia de vir embora, mas claro que eu ia me despedir dessa cidade do melhor jeito.

Encontrei a Vi e a amiga dela Kamila, e a gente foi ao Mercado Municipal comer o sanduiche de mortadela, que é quase um ponto turístico. O que é aquilo?! Ainda bem que ele mora lá e eu aqui. 

E visitamos também o Mosteiro de São Bento.

De lá a gente foi pro meu último destino, o Beco do Batman, eu queria obviamente muito conhecer esse lugar que todo mundo fala bem e é até clichê, por isso eu não poderia deixar de conhecer esse. E lá eu tina um plano muito especial, tornar essa viagem ainda mais inesquecível.





Por pura coincidência tava rolando um flash naquele dia. Eu não contei nem tempo. Fui fazer a minha tatuagem em homenagem a essa viagem, a vida, aos nossos sonhos e à nossa coragem em realizar. Essa música com certeza vai marcar pra sempre esse momento e muito do que eu farei daqui pra frente, porque depois de tudo que eu vivi ali, eu nunca vou deixar de acreditar nos meus sonhos.

A volta a Belém foi uma correria, gente. Meu voo foi cancelado, eu tive que sair de Congonhas pra Campinas, chegando lá com o tempo de embarque já na metade e um aeroporto imenso! Claro que eu não passei por essa sozinha.

Essa é a Adri, uma menina que eu conheci na fila do aeroporto e trouxe ela junto comigo porque o destino dela era o mesmo que o meu hahaha.
Até aqui já deu pra perceber que eu tenho uma certa facilidade e fazer amizades né.
Mas deu tudo certo, mesmo a gente saindo correndo pelo aeroporto, meu chocolate quente derramando, minha mala fazendo barulho e um calor terrível. Foi realmente uma cena de filme de comédia e eu só tenho boas histórias pra contar.

Muito obrigada, São Paulo, aatéa próxima! 


Eu não julgo mais meu corpo

11/07/2024

Eu sempre tive uma relação bem mal resolvida com meu corpo. Mas por muito tempo, não era sobre o que eu pensava sobre ele, e sim, sobre o que eu achava que os outros pensavam sobre ele.

Às vezes, eu queria vestir uma roupa e eu achava que ficava bonita em mim, mas eu logo pensava no que os outros iam achar, já imaginava mil julgamentos do tipo ‘não tem espelho em casa’, etc. E isso foi fazendo com que eu não explorasse os meus pontos fortes e nem o meu próprio estilo.
Eu nunca fui uma mina magra. Nunca. Sempre fui encorpada por questão de biotipo mesmo, de genética, nessa questão eu sempre fui maior que as minhas amigas e desde o ensino fundamental eu acreditava que eu era gorda. E assim, eu ouvia isso. 
Vocês sabem quando eu comecei a me achar gorda? Quando eu tinha 5 anos e um adulto que eu não recordo muito bem, mas acho que foi um tio, falou pra eu não comer muito que eu tava gordinha.

Voces tem idéia disso? Eu, com 5 anos, "gordinha"! Eu olho as minhas fotos e eu era uma criança normal. Eu to com 29 anos agora e eu me lembro disso tão nitidamente. Desde então, eu criei um complexo com meu corpo. E juntando com a coisa de ser maior que as minhas amigas e eu pensei “pronto, eu sou gorda sim e x roupa não serve em mim”.
Acontece que desde os meus 5, meus 12, meus 16 eu mudei demais, não é? De corpo de criança, corpo de adolescente... Eu não tava gorda, eu só tava me desenvolvendo e eu lembro que na época eu olhava no espelho eu me via normal, mas aí eu pensava no que as outras pessoas diriam do meu corpo e, automaticamente, eu me via com um excesso de peso. E quando eu olho as fotos agora, não era nada disso.

Eu engordei depois sim, por falta de cuidado mesmo, por rotina, por má alimentação. Afinal, eu não tenho mais 15 anos né, gente. Eu não vou comer coxinha todo dia, não praticar nada e ficar com o corpinho definido, como na época.
Mas hoje, depois de queberar alguns padrões de pensamento, eu não me vejo mais dessa forma. Eu me vejo e reconheço meu corpo. Sim, eu tenho uma visão de um corpo que eu quero conquistar, porém, isso não é algo imposto por fatores externos. Pois, ao mesmo tempo que eu coloquei na minha cabeça que sou capaz de conseguir isso que é difícil. Eu percebi que meu corpo é so meu corpo. Ele é saudável, ele se movimenta, ele me leva pra todos os lugares, ele dança quando quero, treino, me alongo, abraço as pessoas e posso sim usar tudo que eu quero, porque eu já perdi tempo demais deixando pra viver depois como eu sempre quis, achando que em algum momento vou "estar pronta".
Eu sempre estive pronta.

Esse é o corpo que eu tenho agora, eu não acho ele feio. E quem acha… paciência, isso não me contempla em nada… Porque quando eu me olho no espelho, eu gosto do que vejo. Então pense, você esta se julgando por que você realmente não gosta do que tá ali ou por que você acha que os outros não gostam?

Ela é a graça da própria vida

21/06/2024

Foto: Pinterest (@ladydi)
Foto: Pinterest (@ladydi)

Essa poderia ser mais uma daquelas noites aparentemente despretensiosas onde alguém aparecia com um convite inesperado, pronto pra se tornar mais uma história louca. Realmente aquela não era uma noite qualquer, mas não era o caso.
Era uma noite fria e da janela dava pra ver a lua perto. Tocava um rap acústico na sua playlist favorita. Ela abriu uma cerveja e todo aquele cenário levou ela pra dar um passeio dentro dos seus próprios pensamentos.

Ela se sentia diferente e de alguma forma sentia que alguma coisa boa estava prestes a acontecer.
Se perguntou por que procurava por algo que, na verdade, ela não precisava. Se deu conta de que estava tão bem só. “E afinal, o que ela estava procurando?”, se ela já se proporcionava tudo que desejava. E que sentido fazia gostar de quem ela achava que gostava?

Ali ela notou que não gostava tanto assim.

A música foi sentida como nunca antes e todas aquelas palavras na poesia composta pareciam ser sobre ela. Nesse momento ela entendeu tudo.
Talvez ela só precisasse de um empurrãozinho pra perceber o tipo de mulher que ela é, o tipo de pessoa que ela quer do lado e se orgulhar de cada passo, cada realização, cada dia de trabalho e mania doida que pouca gente sabe.
Lá dentro daquele corpo pequeno bate um coração imenso, capaz de abraçar um mundo inteiro e ainda sobra espaço. Claro que ela quer que saibam disso, mas ela quer que a pessoa certa descubra.
Ela realmente merecia muito mais do que qualquer um daqueles caras já haviam dado. Ela apertou o reset, mirou em outra direção e decidiu ir rumo a um caminho mais divertido e que tem bem mais a cara dela.

Resolveu deixar de tentar brilhar no palco dos outros e decidiu ser só plateia. E no palco dela, ficou pronta pra estrelar um show exclusivo pra ela mesma. Ela sabe muito bem onde quer chegar, sabe o que faz bem e do que ela não gosta. Viu que suas inseguranças eram superficiais e que a história que ela tinha pra contar era tão mais potente que ela poderia iluminar o lugar todo só com a sua presença.
No final dessa viagem ela aprendeu. Nada é mais forte do que uma mulher que se descobriu e isso ninguém mais tira dela.
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