
Eu mudei
26/03/2021
Um horizonte singular
06/02/2021
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Há horas esperando por uma mensagem que não chega e
começando a cogitar a possibilidade de não me surpreender caso ela não venha.
Isso me faz pensar em por que o amor é tão difícil nos dias de hoje.
Diariamente eu lido com histórias de casais de várias
idades, mas principalmente de longa data com um enredo incrível de como
chegaram até ali. Em muitas dessas conversas sinto meu coração pulsar,
empolgado e comprimido, cheio de emoção em ver que existem pessoas que
encontraram o amor da vida e não desperdiçaram a oportunidade.
Uma das coisas mais graciosas que há é ouvir maridos falando
sobre suas esposas na frente delas, as trocas de declarações mútua, a alegria
que a doença não roubou. É tão bonito que chego a me perguntar se um dia, talvez,
viverei algo desse tipo. Mesmo sendo tão jovem pra pensar assim, eu não sei.
Eu acho que eu tô desacreditando no amor – não totalmente,
mas – acho que tô desacreditando no amor
pra mim, passando a amadurecer mais e mais a ideia de que focar na minha
carreira e num futuro só eu, é o mais possível pra mim.
Dentro do meu coração ainda existem planos a dois, mas
quando penso neles, tenho a sensação de que é como nos filmes que eu assisto,
eu vejo o cenário, aprecio, mas não é real.
É curioso, até paradoxal, ter a sensação que me daria bem
como par e ao mesmo tempo, parecer que não combino com ninguém. Talvez,
realmente eu não tenha uma metade da laranja, talvez seja só mesmo eu & eu
desbravando esse mundão, fazendo acontecer os sonhos que eu sempre quis, conhecendo
os lugares, vivendo as experiências. Afinal, quando tudo aperta e o caminho
fica denso, sou só eu ali. Eu e tudo que eu conquistei. Nesse momento o que me
conforta é olhar em volta e ver tudo que construí sozinha pra mim e percebo que
o amor que eu tenho pra me dar sempre
será o maior e melhor que eu poderia receber.
Já passou da hora de eu voltar.
16/11/2020
Veja só, depois de todo esse período as ocasiões da vida nos trouxeram até aqui. Que louco está sendo dois mil e vinte. É de parar um pouco e pensar com calma em como entramos nesse ano e como estamos prestes a sair dele.
Todas as fases que a pandemia condicionou a nossa sociedade, passei por todos. A sensação do irreal, o medo, a incerteza, a negação, a irritação, o desgaste psicológico, a saudade, o covid… Todos esses meses de dois mil e vinte foram como um salto no tempo, de fevereiro até agora. É como se tivéssemos aberto uma fenda no calendário e estivéssemos vivendo nove meses dentro dela. Será que estarmos perto de dar a luz a nossa vida normal?
Eu desacredito em um “novo normal”. Nunca vai entrar na minha cabeça que essa é a nossa realidade de agora em diante (até sei lá quando); por isso, parece uma fenda. Nunca vai ser normal nós não podermos conviver em sociedade normalmente desbravando e gozando de todas as nossas possibilidades.
(desculpe se isso for um equívoco).
Muitas pessoas estão excessivamente apáticas, tendo que se equilibrar na corda-bamba entre o cumprimento dos cuidados no combate ao vírus e a saúde mental. Afinal, se não adoecermos do peito, adoecemos da alma. Buscamos e nos agarramos a qualquer pequena oportunidade que temos de nos sentir fora e invulnerados desse período, como se por alguns momentos ele não existisse.
Em contrapartida, obviamente, em todos esses meses aconteceram muitas, muitas coisas. Aulas em EAD, a sensação de rendimento caindo, novas e surpreendentes boas oportunidades, a necessidade do desenvolvimento próprio, o crescimento pessoal, a ultrapassagem de limites nunca antes imaginado. O mundo não deixou de se movimentar e as pessoas acompanharam isso, da melhor maneira possível – diga-se de passagem. Isso mostra o quanto somos fortes, porque ainda que em momentos de escacez e catástrofes, movimentamos a sociedade de forma determinada e isso é muito difícil.
Em meio a pandemia eu me reaproximei de pessoas pela internet, me afastei de outras, eu mudei de cargo no trabalho, eu me apaixonei e me desapaixonei, eu passei a morar só, eu construi diariamente meu castelo particular, eu pirei, eu voltei ao normal, eu tive medo, tive afeto, tive dores no peito (do pulmão e no coração). Eu me conheci melhor e estou me conhecendo de um jeito novo. Senti muita falta dos meus espaços, aqui na internet, fora dela e dentro mim.
Agora é hora de se buscar, com ou sem isolamento, dentro e fora de casa, nos livros, nos interesses, nos trabalhos, nas pessoas boas.
Essa é uma breve reflexão sobre um tico do que foram esses últimos meses e o ínicio – mais uma vez – de um novo ciclo meu aqui.
Beijos.