Quando criança as pessoas me
perguntavam “o que você quer ser quando crescer?”, a primeira coisa que vinha
na minha cabeça era: feliz. Mas eu dizia, “veterinária”.
Eu já quis ser bailarina, bióloga
marinha, estilista, modelo fotográfica... No entanto, sou bacharel em Serviço
Social, recém-formada. Foram pouco mais de quatro anos de curso, nesse
meio-tempo veio a transição da adolescência para a vida adulta, meu primeiro
emprego, um pequeno desvio emocional e uma perda de identidade que eu realmente
não sei em que momento eu deixei cair.
Esse período foi crítico, foi um
tempo extenso em que o descuido pessoal e a bagunça só cresciam – interna e
externamente. Eu tive bloqueios, não conseguia viver com fidelidade o amor que
eu sentia pelas pessoas, não conseguia ser autentica no meu modo de ser e
viver, eu já não fotografava, nem escrevia. Isso me entristecia muito, a
escrita. Eu simplesmente não conseguia produzir nada, não saía nada, porque eu estava vazia.
Eu aprendi que para sermos realmente felizes temos que viver
a nossa vida de forma plena. Talvez esse não seja um segredo para você,
mas você já se perguntou como viver em plenitude a sua vida? Eu posso te
responder.
Esse aqui é um texto de uma
pessoa que carregava a primavera dentro de si, que viu todos os seus jardins
morrerem e fez acontecer o renascimento de cada sementinha dentro do
próprio coração.
Eu agora te desafio a olhar para
a sua vida. Eu, Nayandra, tenho uma casa, um quarto só meu, uma mãe – pense em
uma palavra grande que dê ênfase em – incrível. Uma família maravilhosa. Um bom
emprego. Uma graduação. Amigos que parecem personagens de um livro bom.... E
você, já parou pra pensar no quanto você tem?
Falando assim parece até que a
minha vida é perfeita né? Mas não é, não mesmo. Porém, quando paro pra pensar
em tudo o que tenho, me sinto podre de rica.
Viver
plenamente a sua vida é você simplesmente viver tudo o que sua vida te propõe
com muito amor. Acordar e ter orgulho de estar na sua cama,
caminhar para o trabalho e ir feliz porque tem um emprego. Ir fazer uma faxina
na sua casa e olhar para todas as coisinhas que você tem com gratidão. Isso é
ser pleno. O problema é quando você não gosta da sua vida. E era nessa parte
que eu queria chegar.
É muito difícil viver plenamente
uma coisa na qual não nos agrada. Supondo que tu sejas uma forma geométrica X.
Querem te pôr em um espaço Y. Você não encaixa, você empaca, mas você fica ali.
Por quê? Não sei por quê. Comodismo. Fraqueza. Falta de perspectiva, talvez. Ou
medo. Mas ouça uma das primeiras lições que aprendi, quando a gente não gosta de uma coisa, a
gente muda.
A minha bagunça interna, como eu
falei no inicio do texto, ultrapassou as grades do meu corpo. A minha fraqueza
emocional para era perceptível a olho nu. E não falo somente de uma questão
física minha não, o meu ambiente tava bagunçado. Eu já não aguentava mais, não
aguentava a quantidade de entulho que carregava a minha cabeça sem espaço pra
pensar em coisas boas. Eu já não aguentava mais não conseguir ficar a vontade
no meu quarto, porque a minha cama tava tão bagunçada de coisas, que eu não
podia nem sentar nela.
Quando eu estava mal eu passava
muito tempo entediada, na verdade, eu me sentia entediada o tempo inteiro, eram
raros os momentos que eu podia dizer que me sentia “bem”. Eu descarregava todo
meu tédio na internet e foi numa dessas viagens que eu descobri uma coisinha
chamada: Self-care, que quer dizer, auto-cuidado. Foi
simplesmente a coisa mais genial em 2017, e se ainda não é, vai ser.
Então comecei a pesquisar mais, a
conhecer, a entender. Aos poucos fui praticando auto-cuidado, comigo, com as
minhas pessoas, com as minhas coisinhas. Aos poucos meu mundo foi melhorando e
a felicidade – não posso nem dizer “quando aconteceu”, pois – ela vive
acontecendo. Ela acontece todos os dias. E presta atenção, se aconteceu comigo,
acontece com você também. Vou te contar como eu fiz.
Teve um dia em que eu decidi
elencar coisas que gostaria de mudar na minha vida, desde as mais fáceis e
palpáveis, às mais difíceis e abstratas. Nesse mesmo dia li um texto de um blog
chamado “Casinha Arrumada” – um blog sensacional, diga-se de passagem – e lá dizia,
“comece por uma gaveta”.
O texto a qual me refiro dava
dicas de como começar a organizar seu cômodo, e diz que se realizarmos aos
poucos, o trabalho é mais satisfatório e menos cansativo. E eu pensei, por que
não? Dividi então as minhas gavetas – físicas e emocionais. Na época estava
passando por problemas com meu ex-namorado, a minha fragilidade emocional
prejudicou de certa forma nosso relacionamento, e eu decidi então, começar por
ele, aprendi a ter paciência, a observar mais, a ouvir antes de falar, a
controlar meus impulsos, eu
realmente precisava dominar minhas emoções, ou elas me dominariam de vez.
Ao mesmo tempo, fiz um checklist das coisas que estavam incomodando fisicamente
dentro da minha casa e resolvi organizá-las, comecei pela minha cama, arrumei
todas as roupas e tralhas jogadas que faziam cosplay de monte everest. Poucos
dias depois pensei nas minhas pessoas, deveria trata-las com o amor que de fato
eu sinto, ter a atenção em perceber se as minhas atitudes estão fazendo jus ao
sentimento real que sinto por elas, tratando com gentileza e valor – às vezes
quando a gente cresce o estresse da nossa rotina nos faz perder a paciência
depressa demais e a gente acaba sendo grosseiro sem se importar, afinal, muito
justo você descontar nos outros seu cansaço e frustrações né? Não é. Então
resolvi ponderar muito com eles também as minhas emoções. Na mesma semana,
arrumei minha estante de maquiagens e cosméticos.
Aos poucos estou vendo a
felicidade acontecer. Dia após dia. Eu estou sentada na minha cama devidamente
arrumada escrevendo este texto agora. Ainda pouco terminei de arrumar os livros
da estante. E tudo, tudo isso com empolgação.
A organização no meu cômodo é,
além de tudo, simbólica. Está inerente à minha organização espiritual e eu
estou ansiosa para compartilhar essas evoluções. Eu não posso me alongar mais,
este texto já está enorme. E se você chegou até aqui, muito obrigada mesmo!
Espero que vocês gostem desse tipo de assunto, pois, além de ser o meu
favorito, vocês verão muito aqui no blog, agora mais do que nunca!
Beijo ♥
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Eu adorei esse post, de verdade mesmo. Eu super concordo com a questão do nosso ambiente refletir nosso humor e muitas coisas que você falou aqui caíram como uma luva na minha vida. Espero que eu consiga me encontrar de novo e viver da melhor forma, sendo feliz.
ResponderExcluirCarol | Pink is not Rose
Fico feliz em saber que você conseguiu se "arrumar" por dentro,que está mais leve agora.Já passei por isso,acho que em um nível bem menor,mas mesmo assim me sentia sufocada,aprendi que preciso me amar e cuidar de mim em primeiro lugar,mudar aquilo que não me agrada,buscar aquilo de que meu coração precisa e tudo se ajeita <3
ResponderExcluirAmei seu texto,tenho certeza que vai refletir muita gente :D
Beijos ^.^
Little Wonders
As vezes tudo o que a gente precisa mesmo é fazer uma limpeza interna, e depois a limpeza externa. Parece que tudo fica mais leve depois né?
ResponderExcluirÓtimo texto Nay, parabéns <3