Viver é como andar sob as águas, sem Jesus não dá

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Houve uma noite que fazia muito frio. Eu tive um desentendimento com uma pessoa muito importante e eu não sabia como reverter, não tinha forças para abrir mão. Mas deixei.

Entrei em casa aos prantos, tentando não me questionar, porque eu sempre me culpo demais e ainda que a culpa seja sua, não é saudável encarar isso com tanto peso.

Fui para o quarto, meu coração doía tanto, mas eu estava em paz porque deitada naquela cama sentia como se estivesse nos braços de Jesus.

O dia seguinte não foi como eu pensei que seria, acordei me sentindo de um jeito diferente. Passei o dia escutando músicas serenas, que falavam do Espírito Santo e fiquei surpresa ao perceber que a minha atitude foi espontânea, porque geralmente eu escuto outro tipo de música.

No fim da tarde eu já sabia que mais tarde naquela quinta-feira eu iria pra Adoração. Ao entrar na igreja, percebi que tudo aquilo foi para mim como uma preparação para aquele momento tão especial que eu estava prestes a vivenciar.

E lá estava eu, caminhando retraída por entre os bancos procurando um lugar confortável. Eu sabia que não só estava me sentindo muito inibida, como percebia que as outras pessoas olhavam pra mim e pensavam isso. Finalmente encontrei um banco onde eu pudesse sentar sozinha, não sei porquê, mas eu queria aquilo naquele momento. Só que pra minha infelicidade na primeira canção eles pediram pra que a gente desse as boas-vindas para quem estava ao nosso lado e do meu lado não tinha ninguém. A princípio foi um enorme constrangimento, enquanto todos se abraçavam e sorriam, eu tentava disfarçar minha aflição e torcia pra que as palmas começassem logo a acompanhar a canção. Foi aí que eu tive um estalo e percebi que eu não estava sozinha ali, que eu não deveria me sentir daquela forma, porque tudo isso só aconteceu para eu perceber que eu estava sendo acompanhada o meu dia inteiro. Que quando eu entrei naquela igreja alguém ia à minha frente; que eu escolhi aquele banco, porque alguém me mostrou ele ali. E esse foi o meu primeiro sopro. Sorri e me senti em casa.

As luzes se apagaram e as canções começaram a tocar. Meu espírito parecia vivo e meus olhos fechados me faziam enxergar pra dentro de mim. Eu simplesmente comecei a conversar e sabia que Deus falava comigo de volta.

Jesus me disse para dar-lhe todos os meus fardos, que a partir de agora ele carregaria para mim para que eu pudesse seguir. Naquele momento ele me libertaria para conseguir viver meus dias em silêncio.

Ele carregou todas as minhas misérias para que eu pudesse viver em paz. Tirou do meu coração todos os sentimentos falsos. Eu me senti liberta. Mais ainda para ouvir a voz de Deus. Eu adormeci. E acordei com Deus me beijando na testa, me deu um abraço apertado de pai e me fez levantar para ouvir sua palavra (2 Coríntios 9: 6-10, foi a leitura).

Deus me disse para não desistir. Para seguir e dar o meu amor de graça, sem sentir medo, porque eu terei Dele o suficiente para não sentir falta e assim ser feliz ao dar todos os meus bens à quem houver.

Neste dia tive a maior das provações. Deus estava ali, não só perto, dentro de mim. Tanto tempo eu esperei por esse encontro. Eu já não sabia mais onde procurar. Pra Deus não interessava onde eu estive, interessa para onde eu vou e agora, posso seguir sossegada e dizer com firmeza, Deus está conosco, porque eu testemunhei. Nós nunca nos sentiremos sozinhos se percebermos a presença de Jesus conosco em todos os lugares todo o tempo. Não tenho dúvida nem uma agora sobre isso.

A essência da minha alma é o amor de Deus.