‘Cadê
a minha meia?’
Saí
saltando da cama, de um quarto para o outro para não sentir sob meus pés aquele
chão gélido. Não havia ninguém em casa, só o cheirinho de café exalando pelo
corredor me fez companhia aquele instante.
Vesti
as meias e apreciei da janela aquele cinza claro deixado após uma noite
chuvosa. Peguei minha xícara de café, despejei calmamente o chantilly em forma
de espiral, do jeitinho que eu gosto, o desafio é não deixar desmanchar até a
hora de tomar. Meu pão estava pronto, com a manteiga derretidinha.
Que
saudade que eu tinha desses dias. Que saudade de quando amanhecia chovendo e o
dia inteiro ficava geladinho. São meus dias favoritos.
Me
acomodei no sofá com o edredom que já praticamente faz parte do meu corpo e
devaneei sobre aquele dia tão perfeito que mais parecia cena de filme comigo
ali protagonizando. E percebi que eu gosto de protagonizar. Eu amo tanto boas
histórias que notei que quero poder viver muitas delas, é só ir adiante.
Tomando
meu café deixei meus pensamentos filtrarem para mim o que realmente importa. E
percebi o que realmente tem valor na minha vida e como quero gastar cada minuto
das minhas horas. Vou dar as costas a tudo aquilo que não me leva pra frente.
Vou em busca dos meus sonhos, porque afinal, eles são meus e de mais ninguém,
por isso ninguém fará nada por eles além de mim.
Eu
to com vontade de ter o meu espaço. De me afogar na minha escrita, ali,
quietinha no silêncio. De deixar o mundo inteiro acontecer lá fora,
enquanto aqui dentro eu guardo o melhor pra depois.
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