Foto: Evie Dee |
Eu não me lembro de alguma vez na minha vida ter sido uma pessoa segura sobre alguma coisa. Na verdade, eu sempre me considerei sortuda e muito abençoada. Sentia que alguma coisa ou alguém em algum lugar conspirava muito ao meu favor. Sentia gratidão por alguma coisa que eu nem sabia, mas talvez tenha sido essa gratidão que tenha me feito nunca deixar de acreditar que as coisas dariam certo. De um jeito ou de outro.
Eu
tinha meio que a síndrome do impostor, não me sentia muito boa o
suficiente pras coisas, mas elas aconteciam e muitas vezes quando
recebia algum elogio por alguma coisa que eu fazia bem, ao mesmo
tempo que eu ficava contente, ficava triste, porque não me sentia
dona daquele mérito.
A
minha insegurança encontrou muitos jeitos de me atrapalhar, cometi
erros bobos por simplesmente ter medo de errar e não dar o melhor
que podia em algo. Em diversos momentos conheci pessoas que
reconheciam esse sentimento em mim e se aproveitavam disso, me
deixando ainda mais insegura sobre mim mesma.
Até
que um dia eu me cansei dessa merda toda. Cansei de sentir que eu era
sempre deixada para trás pelos outros e principalmente por mim
mesma. Eu sabia onde queria chegar, eu só não sabia como faria para
chegar ali, então do nada eu só decidi fingir que eu já estava.
Com
o tempo descobri que esse era um ótimo exercício mental. Eu passava
horas e dias pensando nas minhas inseguranças e no quanto eu me
sentia pouco pras coisas que eu queria, perdi tempo, pois a resposta
mais difícil de ser encontrada, era então a mais óbvia. Depois que
eu comecei a assumir a postura da pessoa que eu queria ser (mesmo sem
achar que eu fosse), eu passei a viver isso todos os dias. Eu sei
que essa conversa parece papo furado de coach e alguma coisa tipo O
Segredo, ‘acredite até que se torne verdade’. Mas de alguma
forma, acreditar e tentar praticar aos poucos fez com que eu me
tornasse aquilo.
Eu
não queria mais ser a pessoa que sentia ânsia na hora de falar em
público, que claramente demonstrava que as cordas vocais mais
pareciam um novelo emaranhado. Não queria ser reconhecida como a
pessoa que “tem potencial”, mas sim a pessoa que faz acontecer!
Ao invés de fazer o que normalmente eu faria, passei a fazer o que
aquela pessoa que eu idealizava faria.
Foi
essa decisão que eu tomei e fiz. Todos os dias, tudo que eu poderia
fazer em nome dessa pessoa, eu fiz.
Toda
ação que fazemos soma energia no universo. Eu podia sentir essa
energia e ela era verdadeira. Por que eu queria fazer isso? Eu sabia
que alguma coisa importante estava para chegar e eu queria estar
pronta. Eu alimentava dentro de mim coisas do passado que precisavam
ser jogadas fora e sabia que para coisas novas poderem chegar, eu
precisava de espaço. Eu cortei o cordão umbilical com a garota
adolescente que vivia dentro de mim, guardei ela com carinho no passado.
Deixei tudo limpo pra mulher que eu sabia que ia chegar pra ficar. E
ela chegou.
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