Carta para Vó Jailma

21/07/2016



“Olá, vovó. Tudo bem? Espero que sim. Estou enviando essa carta, pois gostaria falar sobre algumas coisas que não foram ditas.

A minha ida a Joanes foi uma sequencia de respostas e momentos inspiradores, a começar pelo momento em que eu os conheci. Assim que pus os pés para fora do ônibus e avistei sua casa pela primeira vez, senti algo muito bom vindo dali. Foi como um abraço, como se Deus tivesse me dizendo que de alguma forma aquele momento era o começo de tudo.
Entramos e nos apresentamos. Você, o Vô Tadeu e todo o resto de sua família foram tão receptivos. A sua casa era de um aconchego sem igual, as fotos de família espalhadas pelas molduras, o azulejo com design antigo, a decoração, o acômodo, cada partezinha da casa me encantou muito.

Fomos à praia, eu ficando cada vez mais entusiasmada com tudo, pisei na areia molhada a primeira vez. Senti ali como se todos os meus sonhos fossem na real a minha própria vida, corri, olhei para o céu, corri mais, não parei de correr. Vivi um momento maravilhoso naquela imensidão escura junto de todo mundo e sozinha ao mesmo tempo. Foi surreal. Foi então que me perguntaram o que eu estava sentindo e eu disse que era “gratidão”.

Depois da praia, quando voltamos para casa e jogamos cartas com vocês, eu me diverti tanto, me senti em casa. Eu não lhes contei, mas eu também tenho uma família bem grande, nós nos reunimos sempre e jogamos conversa fora, não cartas, mas os dois são divertidos. Eu morri de rir com os seus bordões, a gente copiou todos! Eu me envolvi de um jeito, que sinceramente, parecia que a família também era minha. Tanto que quando fomos comer hambúrguer depois disseram, “isso porque vocês se conheceram hoje”. Realmente parecia que aqueles garotos eram meus primos e que os vi nascer.

Os dias em Joanes pareciam mais longos, da maneira que eu gosto de viver. Pude observar muitas coisas sobre todos e sobre mim. O que convém contar é sobre vocês, a senhora e o vô Tadeu.

Eu sempre quis viver um amor que perdurasse a vida toda, mas a forma que eu estava vivendo meus amores estava totalmente errada, então isso nunca iria acontecer, aprendi nessa viagem. Ao olhar você e o Vô Tadeu, percebi que vocês vivem exatamente a vida que eu desejo ter um dia. As pessoas quando me perguntam sobre meu futuro sempre estranham, pois eu nunca falo como sonho em ser mãe, mas sim, como sonho em ser avó, ter uma casa de campo e receber todos os meus netos. Vovó, vi em vocês o meu futuro. É como se Deus nessa viagem tivesse me dado uma amostra de como viver a minha vida do jeito certo. Eu fui tão feliz.

Sem celular, sem internet, sem tempo pra postar, momentos reais vinte e quatro horas por dia. Joanes me mostrou da forma mais simples como se aproveita a vida devidamente, eu jamais vou esquecer!

Por fim, obrigada por tudo vovó. A sua comida é muito gostosa, você foi um amor por nos receber e foi um prazer ter a oportunidade de conhecer todos vocês. Agradeça ao vô Tadeu por ter sido gentil com a minha mãe no telefone. Amo vocês.”

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