Mude por seus sonhos

21/11/2017


29 de outubro de 2017.
Nos momentos finais do meu dia, no fim da tarde, eu entrei em contemplação com a cidade no qual me abraçou a vida toda. Era uma tarde serena, cor de laranja. O céu estava muito bonito, a cidade parecia iluminada. Eu vinha de moto pela avenida extensa que já era tão familiar, mas que naquele momento, parecia tão especial. Pude sentir que a minha mãe estava pensando a mesma coisa, que o tempo estava se esgotando e a hora de romper o cordão umbilical estava próxima.

Após as despedidas eu adormeci e acordei com um aperto no estômago, ainda não era ansiedade ou alguma coisa do tipo, era fome. E para quem estava acostumada com os mimos, aquela foi a minha primeira lição: as coisas não se farão sozinhas. Tive que me deslocar atrás da minha própria comida de verdade, pela primeira vez. Até isso me alegrava. Só há uma coisa curiosa ao meu respeito. Não sei o efeito que a cafeína causa em você, mas em mim, eu preciso dela pra ter uma noite boa. A última viagem foi quase que uma tortura, não havia café. O senhor que fica na lanchonete perguntou o que eu queria tomar e disse que era café e apesar de não ter para os passageiros, ele se comprometeu a arranjar pra mim. Não sei se foi a minha cara de ch0ro, ou se é porque eu sempre entro na vibe das brincadeiras que ele tira com os fregueses. Ainda quando estava aguardando o lanche, com toda a gentileza ele me deu um copo de café preto adocicado. Eu olhei praquele café e foi como um abraço quente numa noite fria. Era como se a vida estivesse me dando boas-vindas. E eu entendi o recado.

30 de outubro de 2017.
O dia seguinte foi quieto, o primeiro dia da minha nova vida e eu não sabia o que fazer. Fiquei em casa refletindo porque a minha ficha de fato não tinha caído, eu realmente estava onde sempre quis estar! Era segunda-feira, meu dia favorito na semana. Eu fiquei pensando em todas as coisas que tinha planejado, no quanto a minha vida poderia mudar e que daqui há uns meses eu teria até uma rotina. ´

01 de Novembro de 2017.
Um dia fui dormir pra casa de uma amiga e a gente decidiu ir a uma festa a fantasia. Passamos o dia providenciando coisas para fazer a fantasia mais barata e simples porque queríamos ganhar o concurso de pior fantasia. Na manhã de quarta-feira eu nem imaginara como esse dia seria promissor. Essa é uma história muito boa. Aconteceu tanta coisa e ainda era meu terceiro dia.

03 de novembro de 2017.
Sexta era o primeiro dia que eu realmente tinha uma coisa importante para fazer, uma coisa que os adultos fazem e que eu sempre odiei. Ir ao banco. Na saída de lá vinha por um caminho que eu nunca vi, mas mesmo assim não me sentia insegura. Andei até a parada mais próxima e perguntei qual ônibus pegaria para chegar ao meu destino. Depois de um estresse daqueles, só um café poderia me devolver a calmaria.

Assim que cheguei no shopping fui checar os bolsos para ver se estava tudo ok. Não estava ok. Documentos importantes e o meu único cartão tinham se perdido em algum momento de falta de atenção minha! Senti o chão se esvair sob meus pés. Subi três andares sem nem lembrar como. Eu sabia que na minha vida nada tinha conseguido me deixar realmente preocupada, porque naquele momento eu pude dizer com propriedade que estava. Era um misto de frustração, raiva e preocupação. Mas eu sabia que tinha que ficar firme. Então pedi meu expresso com leite e me acomodei em uma mesa para pensar no que poderia fazer de melhor por aquela infeliz situação.

Tudo o que eu menos queria era ligar pra minha mãe e contar o ocorrido, porque em momento nem um correr pros braços dela chorando era uma opção. Meu celular descarregou e eu sem nem uma comunicação. O café não adiantou, eu continuava estática. Comprei 500ml de refrigerante, peguei minha condução e segui de volta pra casa. Nunca na minha vida tinha tomado tanto refrigerante de uma só vez. O que a ansiedade não faz com uma pessoa né?

A volta pra casa foi suficiente par organizar as minhas ideias e tentar resolver o problema como uma adulta de fato. Own, meu primeiro perrengue. 
Coloquei meu celular para carregar e mandei algumas mensagens, troquei alguns áudios e com a ajuda de um aplicativo consegui fazer com que tudo ficasse ok por hora. Não foi tão difícil quanto pensei, mas só não foi difícil porque eu tinha pessoas para falar, do contrário eu estaria realmente em apuros. Despois de xingar a tecnologia a tarde inteira foi ela quem me salvou.

Engraçado foi que no meio daquele inconveniente eu consegui olhar ao redor e ter uma ideia genial para um projeto novo que eu estou louca pra começar a preparar! E no fim desse dia eu só consegui ficar feliz.

05 de novembro de 2017.
No fim da minha semana eu saí com a minha família. Fui ao cinema, à Estação, à Igreja, visitei uma amiga e fiquei em casa vendo Game Of Thrones.

Percebi o quanto de coisa acontece em pouco tempo. Vivi mais coisas em três dias que em quase três semanas. Todo dia há alguma coisa nova para acontecer. Coisas bonitas para ver. Gente diferente pra conhecer, situações que são impossíveis não observar, lições para aprender e ensinar. Ainda não estou dormindo tããão bem, mas foi só a primeira semana, não é? Estou realmente feliz. Risquei da minha lista de 1001 coisas um dos meus objetivos que considerava maia difícil. Mudar de cidade.

Quero me dedicar de verdade a fazer coisas que eu sempre gostei e já não tinha tempo. Transformar ideias em projetos e sonhos em realidade. Não é fácil você fazer as coisas acontecerem, mas eu percebi que pra começar, coragem basta.

Até logo

2 comentários:

  1. Oiii Nay, fiquei curiosa agora, pra onde você foi? E quem nunca passou por um perrengue e se sentiu perdida não é? Haha. O que posso fazer é te dar parabéns pela coragem e tudo de bom pra você.

    Beijos Lê 😘

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    Respostas
    1. Muito obrigada viu, Lê?
      Eu morava em Breves-PA e mudei pra capital do meu estado, Belém, que é a cidade onde nasci. :)

      Beijos!

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Obrigada pela visita e até a próxima!

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