Eu tenho uma relação especial com os livros. Desde que comecei
a ler, sempre me cobrei uma frequência melhor de leitura. Quando pego um livro
e paro para lê-lo realmente, ele se torna imediatamente uma parte do meu corpo.
Só que às vezes isso demora um pouco pra acontecer e eu acabo protelando e
demorando pra terminar a história, com isso, meu hábito fica, digamos que,
travado. Mas o mais engraçado de tudo isso é que quando eu finalmente pego o
livro e me disponho a termina-lo, quase que por uma questão de honra, é como se
fosse exatamente a hora certa para ler aquele livro.
Há algumas semanas comprei um livro chamado Pollyanna.
Eu já tinha visto em alguns sites, lido sobre e achei interessante. Não quero
dar muitos spoilers e isso está longe de ser uma resenha, mas há uma coisa
muito importante nesta história que eu preciso citar, o jogo do contente de
Pollyanna.
Passei dias seguidos visitando amigos meus, quando voltei pra
casa estava com uma sensação estranha. Entrei, subi e me senti um pouco
desapontada, pois, no lugar onde eu moro agora nada é meu. Eu senti falta de
ter um lugar, de ter móveis, de sentir a minha essência nas coisas. E segui com
aquilo o resto da minha tarde e noite. Antes de dormir peguei o livro que tinha
iniciado para dar continuidade, pois já estava me sentindo mal de não ter lido
praticamente nada. Vim determinada e ao retomá-lo tive novamente a sensação de
que protelei tanto aquele livro porque eu tinha que esperar para lê-lo na hora
certa.
Nessa história Pollyanna perdeu quase toda sua família,
sobrando apenas uma tia que ela não conhecia e com quem agora teria de morar. Pollyanna
não tinha nada, praticamente não tinha ninguém. Pollyanna não tinha pais,
irmãos, se quer algum amigo. Pollyanna tinha menos que eu – e era contente.
Devorei cinco capítulos não muito longos, mas que me fizeram
repensar muito sobre a minha própria vida. Pollyanna ganhou da sua tia um
quarto pequeno no sótão. Sem cores, sem cortinas, carpetes e nada do que ela
esperava, nada era dela também e ela conseguiu fazer daquilo uma coisa
fantástica! Nesse momento pensei como Pollyanna e comecei a jogar o jogo do
contente e na mesma hora fiquei tão feliz.
Neste dia eu fui contente por ter amigos tão bons; Contente
por ter uma casa pra voltar e por a minha prima me receber aqui com carinho;
Sou contente porque meu primo me deixou ficar com a cama dele e por não se
importarem com a minha bagagem ocupando espaço. Sou contente por morar em um
bairro onde posso ir a qualquer lugar tão facilmente. E ainda que hoje em dia
não possa publicar tantos textos quanto antes por estar sem internet, sou
contente por ter o meu computador onde eu posso, pelo menos, escrevê-los para
postar depois.
Viu? Foi fácil. Eu tenho a sensação de que isso vai mudar a
minha vida de um jeito incrível. Desejo mais do que nunca contar tudo pra vocês
a partir disso. Espero que joguem esse jogo junto comigo.
Beijos.
Parabéns pelo post Nayandra,eu sempre gostei muito de ler, mas, por causa do trabalho fiquei muito tempo lendo no máximo cinco livros por ano isso me deixava muito triste. Agora que voltei a ler sempre fico regulando o meu tempo para conseguir ler mais, acredito que cada livro tem o seu tempo e o seu momento para ser lido e bem aproveitado, não adianta lermos um livro se não for o momento certo porque não iremos absorver tudo o que precisamos dele.
ResponderExcluirNossa, você conseguiu descrever exatamente como era comigo e como eu me sinto em relação às minhas leituras.
ExcluirÀs vezes a gente fica meio impressionado né quando vê alguém dizer que devora livros rapidamente e se sente meio estranho por não conseguir ler tanto quanto aquela pessoa, mas vai ver é a forma que a nossa alma absorve a leitura que é desse jeito e tá tudo bem.
Que bom que você está conseguindo regular melhor seu tempo de leitura, eu tô chegando lá.
Beijo. Obrigada pelo comentário lindo ♥
Esse é o livro da minha infância! Um dos primeiros livros que li e que abriu minha mente pro mundo da literatura. O jogo do contente é uma lita diária que eu travo, as vezes parece impossível e as vezes eu consigo.
ResponderExcluirSuper feliz de ver que você escreveu sobre ele. Em todos os meu anos NUNCA vi ou ouvi alguém falar sobre esse livro ❤
Engraçado que todas as pessoas que leram que eu conheço comentaram que realmente praticam o jogo do contente. Esse livro é muito inspirador e eu seria tão mais feliz se tivesse lido na minha infância, como muitos fizeram. Mas ainda bem que li mesmo assim.
ExcluirQue bom que gostou do post de verdade. Fiquei bem feliz com seu comentário ♥
Olá
ResponderExcluirEu gosto muito desse livro. Eu aprendi o Jogo do contente nele e também tento sempre exercer o que aprendi lendo esse livro. Todo dia eu faço uma lista de gratidão. O que é ótimo. Porque sempre tenho que encontrar ao menos uma coisa boa no meu dia.
Vidas em Preto e Branco
Simmm. A lista da gratidão é ótima. Ela mostra pelo quê seu dia valeu a pena né?
ExcluirQue bom que você não só leu, mas levou o jogo consigo. Eu também fiz isso. ♥
Beijos.