"Essa
é uma carta de amor, mas não daquelas de um jeito fácil.
Já
faz um tempo que eu não sinto na gente a essência plural de um
relacionamento a dois. Antes era como se nossas energias se
fundissem, tornando-se uma só. Hoje elas estão se dissipando e
tentar juntá-las parece dar choque.
Pode
ter certeza que eu não me sinto nem um pouco bem com isso. Mas meu
medo de te magoar usando qualquer palavra me fez ficar em silêncio
por muito tempo, acho que pequei contra a gente por isso. Talvez o
certo fosse mesmo ter chegado antes e colocado pra você todas as
coisas que não se cabe entre a gente.
Você
sempre vai ser pra mim a representação de algo incrível, uma das
coisas mais lindas que já vi, o homem mais honrado que eu conheci.
Acho que nunca admirei um ser humano que não fosse a minha mãe,
como admiro você quando te olho.
Mas
você sabe que o tempo é dono da gente, ele nos leva pra frente a
cada despertar e nos empurra ao caminho que necessitamos seguir,
mesmo que não seja o que escolhemos. O tempo nos fez mostrar as
nossas diferenças, nos fez seguir em perspectivas tão distintas que
eu não sei se seremos capazes de conviver com elas no nosso dia a
dia, sem anular um ao outro.
Precisamos
ser justos com nós mesmos. Precisamos nos dar a oportunidade de
conhecer todo nosso potencial diante da vida de uma forma autentica,
estando dispostos a nos arriscar por isso. Eu sendo eu e você sendo
você.
Me
desculpe dizer isso de uma forma tão inesperada. Mas eu tava
transbordando você e vazia demais de mim. Acho que eu não soube
lidar com você chegando e tomando conta de tudo. Dessa eu vez
confesso, fui eu que não dei conta. Espero que um dia você possa me
perdoar por interromper o seu carnaval.
Eu
te amo, mesmo que você não entenda agora".
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