Dia desses no café da manhã coloquei uma playlist da minha
adolescência pra tocar, o nome dela era “nostalgia 2010”. E realmente, foi uma
viagem no tempo.
Eu fiquei muito nostálgica lembrando de uma época incrível da minha adolescência, as coisas que eu vivia, que eu fazia, que eu sonhava, em como a minha vida era fácil – e eu sabia disso. Depois eu comecei a recordar das minhas primeiras responsabilidades, dificuldades, das dores... E percebi que eu conseguia olhar pra algumas delas sem nem um tipo de gatilho, como algo que passou; já pra algumas outras, eu precisei de mais alguns dias pra digerir.
Nesse dia eu realmente consegui fazer a imersão que eu tanto
precisava. Consegui olhar firme pra cada coisa que ainda parecia mal resolvida
e encarar uma por uma, pra engavetar elas de uma vez por todas e conseguir dar
atenção ao meu presente, sem a presença do passado nele.
Os últimos dois anos foram os mais intensos emocionalmente
desde a minha mudança. Eu gostaria muito de ter escrito um pouco mais aqui, os
meus processos provavelmente teriam sido mais leves, mas eu tava tão fora de
mim.
O fabuloso insight que me fez chegar até aqui foi juntar
tudo isso que eu tava pensando com algo que eu tava sentindo no momento, um
fato recente.
Quando soube que uma amiga minha ia embora um processo começou
dentro de mim. Eu instantaneamente senti uma pontinha de solidão e um cheiro
gigantesco de mudança. É como se ela fosse o último fio que ainda me
interligasse com uma parte da minha vida que eu tive que deixar pra trás. Só
que claro, ela eu quero levar pra sempre.
Olhar pra ela me trazia algumas lembranças e até saudade de
coisas muito boas que vivemos no último ano, mas que também nos fizeram mal por outro lado. Quando uma bomba estourou, nós
duas poderíamos ter nos afastado, mas é como se a vida soubesse que nós precisaríamos
uma da outra naquele momento. E quando todo mundo decidiu seguir o seu caminho, sem querer, nós duas seguimos numa mesma direção e isso acabou nos aproximando.
Lembrando disso eu comecei a chorar, porque há muito tempo
não me sentia assim. Eu via as coisas acontecendo, mas não sentia. Pensar que não
teria mais a presença física dela no meu dia a dia, sempre me fazia chorar. Ao mesmo tempo em
que eu chorava de uma saudade antecipada, eu ainda sentia certo alívio por
estar sentindo.
Isso me fez enxergar em que fase da vida eu realmente estou.
Hoje em dia eu respiro novos ares, não chega a ser mais fácil, mas com certeza me sinto bem mais saudável. Quando olho pras minhas coisas, pra tudo que eu conquistei, sinto orgulho e afeto. Eu acordo feliz só por ter mais um dia e me sinto tão viva!
Minha vida começou a melhorar desde que eu comecei a olhar
verdadeiramente pra mim. Mas não só isso, deixar ir o que tem que ir. Dores,
crenças limitantes, medos, desconfortos, ambientes e pessoas. Todas aquelas
coisas que eu mais queria que fossem embora e até as que eu relutei pra que não
fossem, estavam saindo de mim aos poucos e dando espaço a tantas outras coisas que
eu queria agregar.
Depois de pensar sobre todas essas coisas e chegar a essa
conclusão, associei cada coisa externa e interna acontecendo e percebi o rumo
que a minha vida estava se direcionando. Era um fechamento de ciclo.
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