Eu e o jogo do contente

08/12/2017

Eu tenho uma relação especial com os livros. Desde que comecei a ler, sempre me cobrei uma frequência melhor de leitura. Quando pego um livro e paro para lê-lo realmente, ele se torna imediatamente uma parte do meu corpo. Só que às vezes isso demora um pouco pra acontecer e eu acabo protelando e demorando pra terminar a história, com isso, meu hábito fica, digamos que, travado. Mas o mais engraçado de tudo isso é que quando eu finalmente pego o livro e me disponho a termina-lo, quase que por uma questão de honra, é como se fosse exatamente a hora certa para ler aquele livro.

Há algumas semanas comprei um livro chamado Pollyanna. Eu já tinha visto em alguns sites, lido sobre e achei interessante. Não quero dar muitos spoilers e isso está longe de ser uma resenha, mas há uma coisa muito importante nesta história que eu preciso citar, o jogo do contente de Pollyanna.

Passei dias seguidos visitando amigos meus, quando voltei pra casa estava com uma sensação estranha. Entrei, subi e me senti um pouco desapontada, pois, no lugar onde eu moro agora nada é meu. Eu senti falta de ter um lugar, de ter móveis, de sentir a minha essência nas coisas. E segui com aquilo o resto da minha tarde e noite. Antes de dormir peguei o livro que tinha iniciado para dar continuidade, pois já estava me sentindo mal de não ter lido praticamente nada. Vim determinada e ao retomá-lo tive novamente a sensação de que protelei tanto aquele livro porque eu tinha que esperar para lê-lo na hora certa.

Nessa história Pollyanna perdeu quase toda sua família, sobrando apenas uma tia que ela não conhecia e com quem agora teria de morar. Pollyanna não tinha nada, praticamente não tinha ninguém. Pollyanna não tinha pais, irmãos, se quer algum amigo. Pollyanna tinha menos que eu – e era contente.

Devorei cinco capítulos não muito longos, mas que me fizeram repensar muito sobre a minha própria vida. Pollyanna ganhou da sua tia um quarto pequeno no sótão. Sem cores, sem cortinas, carpetes e nada do que ela esperava, nada era dela também e ela conseguiu fazer daquilo uma coisa fantástica! Nesse momento pensei como Pollyanna e comecei a jogar o jogo do contente e na mesma hora fiquei tão feliz.

Neste dia eu fui contente por ter amigos tão bons; Contente por ter uma casa pra voltar e por a minha prima me receber aqui com carinho; Sou contente porque meu primo me deixou ficar com a cama dele e por não se importarem com a minha bagagem ocupando espaço. Sou contente por morar em um bairro onde posso ir a qualquer lugar tão facilmente. E ainda que hoje em dia não possa publicar tantos textos quanto antes por estar sem internet, sou contente por ter o meu computador onde eu posso, pelo menos, escrevê-los para postar depois.

Viu? Foi fácil. Eu tenho a sensação de que isso vai mudar a minha vida de um jeito incrível. Desejo mais do que nunca contar tudo pra vocês a partir disso. Espero que joguem esse jogo junto comigo.

Beijos.

6 comentários:

  1. Parabéns pelo post Nayandra,eu sempre gostei muito de ler, mas, por causa do trabalho fiquei muito tempo lendo no máximo cinco livros por ano isso me deixava muito triste. Agora que voltei a ler sempre fico regulando o meu tempo para conseguir ler mais, acredito que cada livro tem o seu tempo e o seu momento para ser lido e bem aproveitado, não adianta lermos um livro se não for o momento certo porque não iremos absorver tudo o que precisamos dele.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nossa, você conseguiu descrever exatamente como era comigo e como eu me sinto em relação às minhas leituras.
      Às vezes a gente fica meio impressionado né quando vê alguém dizer que devora livros rapidamente e se sente meio estranho por não conseguir ler tanto quanto aquela pessoa, mas vai ver é a forma que a nossa alma absorve a leitura que é desse jeito e tá tudo bem.
      Que bom que você está conseguindo regular melhor seu tempo de leitura, eu tô chegando lá.
      Beijo. Obrigada pelo comentário lindo ♥

      Excluir
  2. Esse é o livro da minha infância! Um dos primeiros livros que li e que abriu minha mente pro mundo da literatura. O jogo do contente é uma lita diária que eu travo, as vezes parece impossível e as vezes eu consigo.
    Super feliz de ver que você escreveu sobre ele. Em todos os meu anos NUNCA vi ou ouvi alguém falar sobre esse livro ❤

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Engraçado que todas as pessoas que leram que eu conheço comentaram que realmente praticam o jogo do contente. Esse livro é muito inspirador e eu seria tão mais feliz se tivesse lido na minha infância, como muitos fizeram. Mas ainda bem que li mesmo assim.
      Que bom que gostou do post de verdade. Fiquei bem feliz com seu comentário ♥

      Excluir
  3. Olá
    Eu gosto muito desse livro. Eu aprendi o Jogo do contente nele e também tento sempre exercer o que aprendi lendo esse livro. Todo dia eu faço uma lista de gratidão. O que é ótimo. Porque sempre tenho que encontrar ao menos uma coisa boa no meu dia.

    Vidas em Preto e Branco

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Simmm. A lista da gratidão é ótima. Ela mostra pelo quê seu dia valeu a pena né?
      Que bom que você não só leu, mas levou o jogo consigo. Eu também fiz isso. ♥

      Beijos.

      Excluir

Obrigada pela visita e até a próxima!

ÚLTIMO BISCOITO
LAYOUT POR LUSA AGÊNCIA DIGITAL