Estou escrevendo
isto agora para me queixar de mim mesma. Então senta, que lá vem textão.
Eu não sei mais
quando isso aconteceu, mas eu já estou cansada de não me sentir cem por cento.
Não é de não ficar triste, não ter problemas, ou de estar tudo bem o tempo
todo, é sobre me sentir cem por centro em qualquer momento da minha vida diante
das situações, mesmo quando elas não são tão boas assim. Eu sei que todo mundo
tem momentos de crise, tem dúvidas sobre o que fazer ou como fazer e da sua
posição diante de algo que considera importante, mas se sentir “pouco” diante
da sua própria vida por um longo espaço de tempo parece um pouco demais.
Eu percebi que
tem coisas que parecem que deixaram de fazer sentido, mas que não perderam o
valor, eu ainda amo e gostaria de fazer, só que parece que eu não sou boa o
suficiente pra elas. Besteira né? Eu sei que é besteira e é por isso que eu
preciso rever isso o quanto antes. Eu simplesmente estou chateada comigo por
pensar assim de mim mesma!
Só que esses
dias eu tenho refletido sobre algumas coisas. Vida adulta, amizades, atividades
e relacionamentos. Sobre cada uma dessas coisas eu tive insights e
lembranças que me faziam dar um salto como se aos pouquinhos eu estivesse
retomando a direção. Quando você tá no meio de uma crise e você tá cansado, ou
você liga o piloto automático ou você deixa as pessoas conduzirem a sua vida
por você. Notei que aos poucos eu fui parando de fazer aquelas coisas que
faziam meu coração transbordar, desde as maiores coisas às mais simples e que
aos pouquinhos eu fui perdendo partes de mim no meio desse caminho. Eu tinha
medo de não fazer as coisas do jeito certo, de as pessoas não gostarem do que
eu fazia e não gostarem de mim por causa disso. Então eu meio que comecei a
repetir só o que eu já sabia que ia agradar e seguir o fluxo pra um lugar onde
pudesse ficar o mais a salvo possível de críticas e uns possíveis constrangimentos,
era meio que uma zona de conforto, só que desconfortável.
Era incômodo
porque eu queria mais, eu sempre fui uma pessoa que deseja coisas grandes, não
por ostentação, mas por gostar de realizar minhas ideias e me sentir bem com
isso. E essa inquietação foi tão grande que eu se tornou desesperador não poder
me dedicar a ir em busca de nada disso, não ter tempo, não ter disposição, não
ter dinheiro… acho que eu esperava mesmo que uma oportunidade caísse do céu,
pois, obviamente tudo isso era desculpa para que eu pudesse procrastinar meus
objetivos a vontade e depois colocar a culpa nas responsabilidades e
compromissos que eu tenho. E parando pra pensar neles, nem uma dessas coisas
nas quais “me impediam” de fazer o que eu queria era algo que eu fazia por mim
mesma, era sempre pensando em outra pessoa, sempre me sentindo culpada por
colocar a necessidade de outras pessoas na frente das minhas, como se as
pessoas esperassem isso de mim, sendo que ninguém nunca pediu nada.
Você meio que
tenta fazer essas coisas, mas esperando aprovação das outras pessoas em troca.
Esperando que elas te admirem, que elas te usem como referência e no fim a
gente acaba deixando de lado o principal, que é simplesmente nos sentirmos bem
com aquilo. Ainda que a gente saiba que é bom em algo, precisamos das pessoas
nos dando estrelinha pra nos certificarmos de que ‘SIM, SOMOS BONS MESMO!’. A
gente está tão acostumado a tentar alcançar expectativas, que deixamos de fazer
as coisas por prazer, como se a gente sempre que tivesse que dar um feedback
pras pessoas sobre o que estamos fazendo com a nossa vida e geralmente esse
feedback tem que ser algo muito positivo, algo que faça as pessoas falarem bem
de você, pra que você mesma reconheça seu valor. Quando a gente fala assim “em
voz alta”, isso não parece louco?
Eu notei que
ultimamente tenho estado em situações que me fazem meio que voltar ao passado.
É como se a minha própria história tivesse se repetindo pra eu lembrar de quem
eu sou, reaprender meus valores e auto afirmar isso.
Quando eu era
mais nova, era como se eu soubesse a resposta de todas as minhas questões,
absolutamente todas! Se eu tinha um problema, eu conseguia encontrar a solução
dele muito rapidamente, porque eu tinha hábito de pensar. Eu tinha
um vício em analisar as situações cotidianas, tirar conclusões sobre as coisas
e guardar elas pra mim. Costumava ser a coisa que eu mais gostava de fazer.
Reler os textos
antigos do blog me fez pensar no quanto de coisa eu tinha na minha cabeça
naquela época e em como eu conseguia pensar em cada coisa calmamente. Foi aí
que eu percebi que preciso, talvez, desacelerar dessa busca constante sobre ser
quem eu sou, como se eu pudesse me encontrar em algum lugar ou nas outras
pessoas. Eu percebi que eu não tava fazendo as coisas que eu deveria fazer e
que as minhas prioridades estavam totalmente equivocadas.
Eu sei que eu
estou em um processo de autoconhecimento, sei que neste momento eu preciso
fazer mais coisas por mim e mesmo tendo convicção disso eu ainda estava
buscando que alguém visse algo em mim que nem eu mesma vejo. Acho que já ficou
mais do que claro que às vezes eu me sinto completamente perdida em relação a
algumas coisas, algumas decisões e ações. No fundo, no fundo, a gente sempre
sabe o que fazer e na minha cabeça essas são as questões mais presentes.
Lembro que no
começo, quando decidi criar o blog, eu sentia que poderia ser um sucesso, mas
faltou muita coisa de mim pra que isso pudesse acontecer de verdade. Eu sei que
em algum lugar tem gente que visita esse espaço desde o começo. E mesmo com o boom das
redes sociais, algoritmo, seo e todas essas ferramentas necessárias para atrair
público (e consequentemente dinheiro), o blog foi a única coisa que eu não
pensei em desistir. Nunca deixei de sentir vontade de escrever, muitas vezes eu
procrastinei a escrita, isso sim, deixei de postar também, mas escrever é algo
que eu me vejo fazer pro resto da vida. E aí é que tá o propósito de tudo, de
pôr que eu comecei, por que eu parei, se fazia sentido parar e pra quem eu tava
fazendo isso. Eu me senti pressionada a encontrar um nicho, me senti
pressionada a aumentar números, a consolidar um perfil atraente pra que as
pessoas pudessem me acompanhar e aos poucos as coisas foram perdendo o sentido,
porque não era meu propósito, isso são coisas que fazem parte do processo.
Curioso como tudo isso acompanhou também outros processos da minha vida, como
se a roleta tivesse girado e eu tivesse que começar tudo de novo, porque eu
tava fazendo tudo errado, então passei a ter dilemas que me ensinaram novamente
lições que eu já deveria ter aprendido e não tava desempenhando.
Eu primeiramente
quero escrever, quero falar sobre meus sentimentos, quero que quem leia minhas
coisas se sinta acolhido, se identifique, quase que como um abraço, sabe? O motivo disso é te entreter, te
fazer gastar um pouquinho de tempo com algumas palavras ou conteúdo que acrescente, que te ajude, ou que só te faça se
sentir bem num dia qualquer. E não revolucionar sua vida como algo
gloriosamente grande – mas pode acontecer, quem sabe?
Minha outra
questão é relacionamento.
Igual quando eu
tava na escola e as minhas amigas começaram a namorar e toda aquela coisa dos
primeiros rolos e eu nada. Eu ficava pensando, “só pode ter alguma coisa de
muito especial, porque não é possível”, quando na verdade, era a coisa mais
normal do mundo. Mas isso me deixava tão insegura, mexia tanto comigo que eu me
retraía cada vez mais. Aos poucos eu fui aprendendo qual é o jeito que eu gosto
de me relacionar. Só que agora isso tem se repetido na minha vida adulta. Essa
é a primeira vez que fico solteira depois de muito tempo e nessa nova fase da
minha vida, já morando só, estando em outra cidade, mais madura, uma realidade
completamente diferente a anterior, volto a estaca zero sobre lidar com flertes
e encontros, e todos os outros truques que as minhas amigas são PHD. É
impressionante. É como se eu tivesse parado no tempo, enquanto todas as outras
pessoas fizeram especialização em relacionamentos amorosos e isso acabou se
tornando uma questão pra mim. Minha autoestima nunca foi das melhores e apesar
de que ter um relacionamento não é uma prioridade pra mim ou ser algo
significativo na minha vida profissional e nos meus planos futuros, acho que eu
simplesmente sou uma pessoa acostumada a ter alguém, a fazer as coisas pensando
em alguém e quando eu perdi isso, saí completamente da minha bolha e pensei: “tá,
e agora?”.
Teve um dia que
eu conheci uma pessoa numa festa, aleatoriamente, não conversamos nada de muito
profundo, mas estar com ela ali naquele momento me fez perceber que em algum
lugar sempre vai haver alguém legal pra você conhecer e sempre vai ter alguém
que vai gostar de você do jeitinho que você é!
Ultimamente eu
não posso dizer que tenho uma vida amorosa, isso é completamente avesso ao que
as pessoas pensam de mim e é engraçado, porque sempre que eu converso com alguém,
ouço como se eu estivesse vivendo algo romântico com alguém por aí e mal as
pessoas sabem que eu se quer acordo com ‘bom dia’. A gente sempre relaciona uma
vida amorosa movimentada com alguma coisa assertiva. Ela é a confirmação de que
você ou é bonito, ou é muito legal, ou é as duas coisas. Resumidamente, muito
interessante e por isso as pessoas querem ficar com você. Parece que quanto
mais as pessoas tentam te alcançar, maior o seu valor e que quando as pessoas
não estão atrás de você, não te mandam mensagens, não demonstram interesse e
nada de ‘significativo’ tá acontecendo, é como se sua importância diminuísse.
Isso dentro da sua cabeça é claro.
A verdade é que
a nossa autoestima está muito ligada ainda na resposta que as pessoas nos dão
de nós. Se formos aceitos, quer dizer que estamos fazendo a coisa do jeito
certo e que por isso seremos queridos e depois disso vem o que? É legal ter as
pessoas por perto, ser gostado e sentir que você é admirado por quem você é. Só
que você vem primeiro e a gente tem que ter o hábito de se lembrar disso. Esse
é basicamente aquele tipo de coisa que você sabe que precisa ter, mas só não
consegue fazer. Onde você procura sobre, todos te dizem o mesmo, pra que tu
penses mais em ti, pra que foque em coisas que te façam bem e não dê ouvidos a
opinião dos outros, etc., mas praticar isso é muito difícil. Você tem que
praticamente estar o tempo todo se advertindo pra que consiga se lembrar de que
é importante se amar. Quem é que faz isso com a gente? São as pessoas que deixam
a gente assim? Em que situações? Obviamente existem (vários) momentos de muita
insegurança, onde eu fico me perguntando, “meu deus,
o-que-há-de-errado-comigo?” quando alguma coisa não dá certo. Mas é totalmente
possível que as pessoas não sintam atração por você quando você não tá
refletindo quem você é, quando você não tem o suficiente de você nem pra si
mesma. É como se as pessoas sentissem a sua energia e pudessem saber, “ela não
tá pronta”.
Volto a falar do
cem por cento, todas essas questões sobre ser bem-sucedida em projetos, em
relacionamentos interpessoais e amorosos estão unicamente intrínsecos no quando
você tem e coloca de si no que você faz. Essas coisas são consequências das
ações que você toma diante das coisas que você gosta, que você quer e que se
propõe a fazer.
Conversar com as
pessoas sempre me fez encontrar respostas, no caso, hoje eu conversei com
vocês. Eu não sei se quem começou a ler este texto chegou até aqui. Se sim,
parabéns, agora você conhece algumas das minhas questões mais profundas, sobre
o que eu penso e sobre o que preciso solucionar na minha vida. Mas também, vai
poder começar comigo essa nova fase e acompanhar cada processo dela, cada
esforço, talvez alguns fracassos e muitos momentos de melhora, porque esse é o
plano.
Será que eu te
vejo aqui amanhã? Não sei. Espero que sim.
Ahh adorei o seu blog! Já segui aqui para acompanhar!
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Beeijos (: