Já passou da hora de eu voltar.

16/11/2020

 


Veja só, depois de todo esse período as ocasiões da vida nos trouxeram até aqui. Que louco está sendo dois mil e vinte. É de parar um pouco e pensar com calma em como entramos nesse ano e como estamos prestes a sair dele.


Todas as fases que a pandemia condicionou a nossa sociedade, passei por todos. A sensação do irreal, o medo, a incerteza, a negação, a irritação, o desgaste psicológico, a saudade, o covid… Todos esses meses de dois mil e vinte foram como um salto no tempo, de fevereiro até agora. É como se tivéssemos aberto uma fenda no calendário e estivéssemos vivendo nove meses dentro dela. Será que estarmos perto de dar a luz a nossa vida normal?


Eu desacredito em um “novo normal”. Nunca vai entrar na minha cabeça que essa é a nossa realidade de agora em diante (até sei lá quando); por isso, parece uma fenda. Nunca vai ser normal nós não podermos conviver em sociedade normalmente desbravando e gozando de todas as nossas possibilidades.


(desculpe se isso for um equívoco).


Muitas pessoas estão excessivamente apáticas, tendo que se equilibrar na corda-bamba entre o cumprimento dos cuidados no combate ao vírus e a saúde mental. Afinal, se não adoecermos do peito, adoecemos da alma. Buscamos e nos agarramos a qualquer pequena oportunidade que temos de nos sentir fora e invulnerados desse período, como se por alguns momentos ele não existisse.


Em contrapartida, obviamente, em todos esses meses aconteceram muitas, muitas coisas. Aulas em EAD, a sensação de rendimento caindo, novas e surpreendentes boas oportunidades, a necessidade do desenvolvimento próprio, o crescimento pessoal, a ultrapassagem de limites nunca antes imaginado. O mundo não deixou de se movimentar e as pessoas acompanharam isso, da melhor maneira possível – diga-se de passagem. Isso mostra o quanto somos fortes, porque ainda que em momentos de escacez e catástrofes, movimentamos a sociedade de forma determinada e isso é muito difícil.


Em meio a pandemia eu me reaproximei de pessoas pela internet, me afastei de outras, eu mudei de cargo no trabalho, eu me apaixonei e me desapaixonei, eu passei a morar só, eu construi diariamente meu castelo particular, eu pirei, eu voltei ao normal, eu tive medo, tive afeto, tive dores no peito (do pulmão e no coração). Eu me conheci melhor e estou me conhecendo de um jeito novo. Senti muita falta dos meus espaços, aqui na internet, fora dela e dentro mim.


Agora é hora de se buscar, com ou sem isolamento, dentro e fora de casa, nos livros, nos interesses, nos trabalhos, nas pessoas boas.


Essa é uma breve reflexão sobre um tico do que foram esses últimos meses e o ínicio – mais uma vez – de um novo ciclo meu aqui.


Beijos.

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