Dos 16 aos 26: no que eu mudei?

21/06/2021


Todo mundo já tem uma visão pronta de você e do seu futuro e geralmente essas informações vem de pessoas que amamos e confiamos. A gente tem mania de achar que todo mundo sabe da gente melhor que nós mesmos. Eu já pensei assim, eu já passei dessa fase, mas até hoje colho frutos desses medos que eu tinha naquele período lá atrás. Onde eu só fazia algo depois de perguntar pra todo mundo se era ok.

Quando eu tinha dezesseis eu estava no auge da minha adolescência, amigos, colégio, cursinho, grupo da igreja e no final do ano, faculdade. Nesse período eu tinha vários conflitos internos que de alguma forma eu mesma encontrava uma saída no final. Lembro que nessa idade houve um período em que a minha maior dificuldade era não conseguir autorização pra colocar o piercing que eu queria. Nessa época eu também queria fazer outras mil coisas, sonhava acordada todos os dias com a vida que eu queria fora da minha cidade na época. Passar na federal de lá trouxe muita alegria pra minha família, mas pra mim, naquela época, era uma sentença de mais cinco anos presa ali, sem a oportunidade de fazer aquilo que eu gostaria. Foi aí que a coisa desandou.

Mais e mais vezes eu me via fazendo coisas que eu não gostava. Eu não via graça em nada das coisas que eu fazia, a não ser criar conteúdo pro blog, escrever, fotografar… Mas também essa época não foi essa tortura toda, eu me divertia em outros momentos e no final, fiquei bem feliz com meu diploma na mão e com o tanto de conhecimento que eu adquiri.

Depois de formada consegui mudar de cidade, olha que maravilha! Eu desbravei esse mundão, consegui fincar meus pezinhos numa morada aconchegante, me apaixonei pela minha formação e iniciei uma carreira dentro dela que, sem dúvida, eu nasci pra isso.
Hoje vivo exatamente a vida que eu sonhava quando tinha 16. Isso é incrível! É incrível que por mais que digam que não, se tornarão reais em algum momento todas as certezas que moram dentro do seu coração. Eu adoro ficar pensando nisso, nessa menina que eu era e em quem eu me tornei depois de todo esse tempo, porque a Nayandra do passado pensava muito na Nayandra do futuro.

Eu confesso que em algumas outras coisas eu não mudei muito não, tipo, meu senso de humor – ainda bem! E me comparando comigo mesma, me sinto orgulhosa de todas as mudanças que tive. Amava quem eu era nessa idade e já me julguei muito por ser diferente do que eu já fui um dia, mas mais uma vez mudei e aprendi a olhar isso de outro jeito. E por mais que eu ame a Nayzinha de 16, ela ficou guardadinha no tempo dela.

Sinto orgulho de quem me tornei porque passei a me reconhecer, aceitar minhas mudanças e minha maturação. Algumas coisas e pessoas ficaram para trás, mas faz parte do meu processo e eu não posso mais me parar. Outras coisas que continuam igual, como a minha paixão pela escrita, eu resolvi me dedicar mais. Essa é uma coisa que a eu do passado e a eu do presente amam com todo o coração.

Quando paro pra pensar que já se passaram dez anos que eu escrevo nessa plataforma eu mesma fico sem acreditar. É inevitável pensar no quanto de coisa eu poderia ter conquistado se eu tivesse persistido um pouquinho mais de lá pra cá. Eu não me arrependo das minhas escolhas. O que eu me arrependo é de não ter me dedicado mais o meu tempo de sobra nessas coisinhas que faziam sentido só pra mim.

O sonho da minha vida continua sendo escrever e ser lida.

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